Mudam as moscas...
Falando em política, é impressionante como, em nosso país, o meio futebolístico se parece com o mundo da política tradicional. E o processo mais interessante é a eterna capacidade de, em geral, excluir pessoas de bem do seu convívio, como se só malandros pudessem vicejar nesses dois ambientes. E eles não são poucos.
Falando em política, é impressionante como, em nosso país, o meio futebolístico se parece com o mundo da política tradicional. E o processo mais interessante é a eterna capacidade de, em geral, excluir pessoas de bem do seu convívio, como se só malandros pudessem vicejar nesses dois ambientes. E eles não são poucos.
Há poucos meses, no Corinthians, assistimos pesarosos à dissolução de uma comissão que estudava a viabilidade da construção do sonhado estádio corintiano. Gente da estirpe de um Eduardo da Rocha Azevedo realmente não poderia suportar a convivência com tantos fatos estranhos em curso no processo em questão.
E a razão que levou à dissolução da comissão pareceu-me mais obra de determinados interesses comerciais de um pequeno grupo alojado dentro do clube do que de uma realidade convincente. Uma opção de compra de um terreno gigantesco – que não serviria, diga-se de passagem, para um estádio moderno e funcional como se exige hoje em dia – não se perderia da noite para o dia, a não ser que a data determinada fosse utilizada para pressionar a decisão da comissão. O que pareceu ser o caso.
Mesmo depois de tanta discussão, desvios, nepotismo e a queda do presidente anterior, os exploradores do patrimônio corintiano demonstram que não estão dispostos a abandonar a “boquinha” e a cada oportunidade voltam a levantar as asinhas.
No fundo, no fundo, nada mudou na direção do Timão. Só as moscas mudaram de nome. Ou nem isso.
Sócrates
Sócrates
Jogador, líder do movimento conhecido como "Democracia Corinthiana", formado em medicina e atual colunista da Carta Capital.
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