domingo, 12 de outubro de 2008

Quem vê placar não vê jogo.

Diante de praticamente uma única torcida, Brasil e Venezuela protagonizaram um jogo sem maiores emoções e surpresas. Até para o fraco árbitro da partida, sem pulso e poupando cartões amarelos mais do que o necessário, o jogo foi em sua maior parte fácil. A pergunta feita repetidamente para os jogadores no final da partida reflete um pouco do que se passou: "O jogo foi mais fácil do que se esperava?".
Foi. Sem dúvida foi mais fácil do que a seleção brasileira esperava. Isso ficou bastante claro inclusive nas reações de Dunga aos gols do primeiro tempo. Para aqueles que estão esperando que eu diga que os brasileiros jogaram mal, não será dessa vez. O fato é que eles jogaram bem. Mas isso é também mérito da seleção venezuelana, que deixou os brasileiros jogarem. A marcação fraca e por zona deu espaço para Kaká - que voltou em alto nível, como era de se esperar - mostrar sua qualidade individual e distribuir boas bolas para os companheiros de time. Assim se espera do excelente jogador que é.

Deu espaço também para Elano, que assim como Diego, tapa buracos da seleção sempre e não tem seu valor reconhecido posteriormente - entenda-se quando as estrelas voltam. Adriano - que fica fora do próximo jogo por mais um cartão amarelo - aproveita sua boa fase pós-recuperação no São Paulo para brigar pelo seu espaço, enquanto Luis Fabiano, machucado, se recupera. Juan, como sempre, em boa atuação junto a Lúcio. A dupla de zaga tão confusa e questionada do passado, firma cada dia mais seu espaço.

Destaque maior fica mesmo para Júlio César. Considerando que o único destaque da Venezuela foram os três homens de frente - Vargas, Maldonado e Arango - e que as melhores chances deles foram construídas em cima de erros de saída ou de passe dos brasileiros, Júlio César precisou mostrar serviço. E assim fez. Um goleiro de grande qualidade técnica e bastante regular.
Tiveram uma participação curta mas de merecido valor os estreantes Thiago Silva, Alex e Mancini. Alex, com mais tempo em campo, se saiu bem como era de se esperar. Mas os três não tiveram tempo de mostrar toda a sua qualidade. Mancini que joga ofensivamente e principalmente pela esquerda, pode ser uma excelente opção para substituir Elano quando necessário. Fik dik.
Tenho ainda uma pergunta já com caráter de apelo: O que faz Gilberto Silva ainda na seleção? De todos as carências desse elenco, considero Gilberto Silva a mais grave. Não marca bem, não apóia o ataque e hora sim, outra também se atrapalha com e sem a bola nos pés. Hernanes deveria ocupar esse lugar e mostrar como se faz um volante técnico e eficiente.
Regularidade é o que falta à seleção brasileira num conjunto. O próximo jogo contra a Colômbia no Maracanã será fundamental para que esse grupo ganhe força ou seja então todo desacreditado. O time de Dunga não tem conseguido sequência de bons resultados, o que é, obviamente, motivo de preocupação. Depois de quarta-feira, a seleção retorna pelas eliminatórias apenas em março de 2009. Que venha então a Colômbia. E dessa vez, não se espera que seja assim tão fácil.

3 comentários:

Hanna Nolasco disse...

Bom,eu realmente não entendo muito de futebol,mas o que posso dizer é que torço para que o Brasil ganhe essa próxima partida e regularize um pouquinho essa situação!
Um beijo,Tai! Tá ótimo o blog! :D

Mônica Bichara disse...

Eu também não entendo muito, ou melhor não entendo nada de futebol (só sei que ser torcedora do Bahia, o meu caso, e ser doente é redundância), mas comecei a entender um pouquinho desse negócio de blogar com o Mídia Baiana (aproveito pra fazer a propaganda) e estou adorando o seu blog. O de H. Montanna tb. Vocês estão de parabéns. Vão longe na profissão, com certeza.
Pra uma sequela, até que vc me surpreendeu Tai. bjs,
Mônica

Tais Bichara disse...

"Pra uma sequela, até que vc me surpreendeu Tai."

acho que vou encarar como um elogio.