quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A mão de Deus no comando.

A Associação do Futebol Argentino anunciará nessa quinta-feira(30 de outubro) o nome do novo técnico da seleção. Mas o suspense foi quebrado na terça-feira, quando Maradona afirmou para a imprensa que assumirá o cargo. No site da AFA não foi identificado o escolhido, mas tudo leva a crer que Dieguito será confirmado.




A reação da população não foi tão positiva quanto se esperava. Apesar de ser um incontestável ídolo nacional, Maradona nunca foi um exemplo de atleta a ser seguido fora de campo. Há muitos assim no futebol. Brilhantes em campo, descontrolados e indisciplinados fora deste. Isso afeta a imagem que se espera de um técnico: um líder, que comanda os jogadores nas partes técnica e disciplinar. Com o histórico de Maradona, impor respeito quanto a isso pode se tornar um problema.

Alguns comparam a escolha, à de Dunga para a seleção brasileira. Acredito eu, que são situações bastante diferentes. Maradona tem na ficha, a vantagem de já ter comandado duas equipes profissionalmente: o Racing em 95 e o Mandiyu em 94. Embora não tenha obtido sucesso em nenhum dos dois casos. Dunga não tinha tido experiência nenhuma como técnico antes de assumir a seleção. Por outro lado, Dunga tem um histórico fora de campo, mais "adequado" que o do Maradona. Mas isso certamente não é o mais importante.

Maradona acompanha o futebol argentino de perto, e sempre com muito envolvimento. Como excelente jogador que foi, e pelas experiências adquiridas atuando tanto pela seleção como por clubes, ele tem intimidade com a realidade dos jogadores. Conhece as dificuldades, os benefícios, os problemas, as "marras" dos jogadores.

No site do La Nación, uma pesquisa mostra a desaprovação da população argentina.
"Deportiva 28.10.2008 12770 votos
¿cómo califica la elección de Maradona como DT del seleccionado?
Opiniones

Acertada
9.37%

Entendible
5.87%
Cuestionable
11.43%
Desacertada
72.31%
No sabe
1.02%"

No entanto, existe a chance de que Maradona não assuma o comando sozinho. Pode ter uma mãozinha para lhe ajudar, mais uma vez. A AFA parece ter uma idéia inovadora de pôr como técnico da seleção um grupo, e não uma única pessoa, como sempre aconteceu. Outros nomes ainda seriam dúvidas, mas especula-se sobre Sergio Batista, o técnico campeão com a seleção olímpica em Pequim.

Resta torcer para que o trabalho de Dieguito dê certo. Há muito que o futebol mundial clama por um maior reconhecimento da pelota argentina. Rivalidades a parte, os hermanos têm um futebol de encher os olhos. E o campeonato nacional ainda não está tão carente de ídolos e estrelas quanto o brasileiro. Tenho dito.

domingo, 26 de outubro de 2008

Não pára, não pára, não pára!


Como era de se esperar, o Corinthians está de volta a série A do campeonato brasileiro. Com a vitória de ontemsobre o Ceará, e o resultado favorável do jogo do Barueri, o Timão garantiu a conquista da série B e carimbou a volta para a Série A em grande estilo.

Dono de uma temporada invejável na série B, o timão ainda pode bater o recorde de time que mais pontuou na segundona. Espera-se que Mano Menezes renove o contrato com o time, por ter feito um excelente trabalho esse ano, chegando no time em crise. Com alguns ajustes e reforços o timão estará preparado para competir em pé de igualdade na série A.

A notícia que ofuscou os resultados da primeira divisão e outros, mereceu também
destaque no site do rubro-negro carioca. Quando o Corinthians caiu para a segundona, o Flamengo se mostrou solidário à torcida e ao clube em seu site, e agora repete a dose. Desta vez, parabeniza a Fiel pela conquista tão esperada.

PARABÉNS, FIEL.
A série A e o futebol brasileiro só têm a ganhar com isso.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Quando se sabe que está na profissão certa.




Destaque para Gattuso.

Essa é para Vanessa.

domingo, 19 de outubro de 2008

Aos que merecem, quase o que merecem.

A final da Copa de Futsal, sediada esse ano no Brasil, foi uma maravilha de jogo no Maracananzinho. Não poderia ser diferente, estando em campo Brasil e Espanha. O Brasil dominou por muito tempo o futsal mundial, mas a Espanha veio crescendo e conquistou, inclusive, os dois últimos títulos - um deles em Barcelona. Ambas as equipes apresentam futsal da melhor qualidade, jogadores fantásticos, conjunto e entrosamento de dar inveja a qualquer seleção.

A partida foi, como se esperava, disputada a cada lance, a cada par de segundos. As duas equipes deram tudo em campo. No entanto, a seleção brasileira dominou o jogo, se é que se pode dizer que em um jogo tão equilibrado alguém tenha dominado. E mereceu a vitória, pelo futebol que hoje se mostrou mais bonito e eficiente que o da Espanha.

Durante todo o campeonato, eu destacaria jogadores como Vinicius, Lenísio, Schumacher, Thiago, Gabriel, Ciço, Wilde, Betão. Jogadores que trabalharam pelo time em todos os momentos, que deram seu melhor, e apresentaram qualidade e regularidade. Prova disso é a confiança depositada neles pelo técnico PC de Oliveira. Schumacher levou a Bola de prata, e o goleiro Thiago a Luva de ouro e a Bola de bronze. Mas na minha opinião, a premiação da Bola de bronze poderia ter ficado para Lenísio.

Na verdade, a própria Bola de ouro, deveria estar em outras mãos. Não estou aqui para desmerecer o talento de Falcão, mas a realidade é que ele vinha se mostrando ser mais um "estrela". Muito habilidoso, sem sombra de dúvidas, mas um bom jogador não se faz apenas de habilidade. Nenhum técnico gosta de trabalhar com "estrelas". A maioria deles é egoísta em campo, não muito chegados a cumprir ordens e de difícil diálogo. A experiência de ser reserva nessa Copa vai surtir efeito na carreira de Falcão. Entender que ser jogador exige comprometimento com um objetivo maior que fazer o seu gol fantástico e dar o seu drible desconcertante.
Eu deixaria o prêmio maior individual para Vinicius, o capitão da seleção. Habilidoso, com visão de jogo, rápido no ataque, na ligação e na marcação. Jogador que se movimenta, que serve os companheiros de time, que luta até o último segundo, que não desiste das jogadas, que arrisca nas horas certas. O desempenho de Vinicius - que ao contrário de Falcão foi sempre titular - durante todo o campeonato, foi exemplar. Ele sim, merecia a pelota dourada.


É importante destacar a participação dos goleiros na partida de hoje. Thiago, durante todo o jogo e o tempo extra foi fantástico - assim como no resto do campeonato. Elástico, rápido, ousado na medida certa. Só falta ter mais calma na reposição de bola(fik dik). Franklin, que entrou para pegar os pênaltis teve realmente um desempenho muito bom, que garantiu o ouro para o Brasil. Pegar penâlti não é fácil, todo mundo sabe disso. E também o goleiro Amado que é um excelente jogador; na minha opinião o maior destaque da Espanha na partida. Vale também dar créditos ao goleiro-linha que o técnico espanhol sabiamente colocou em campo, que foi fundamental para o empate da Fúria.



No mais, fica a constatação do excelente trabalho de PC na seleção e o desejo para que ele renove o contrato. E fica, é claro, o reconhecimento da ótima campanha e da merecida conquista de toda a equipe brasileira.
Equipe: PC de Oliveira(técnico), André Pedrineli(médico), Marcos Sorato(auxiliar-técnico), Melissa Voltarelli(psicóloga), Flávia Favano(nutricionista), Reinaldo Simões(supervisor), Maurício Leandro(massoterapeuta), Marcus Bianchi(preparador de goleiros), Pedro Masiero(fisioterapeuta), Airton Alves(mordomo), Guilherme Sousa(fisiologista) e Túlio(TLO).
Jogadores: Tiago, Lenísio, Vinícius, Schumacher, Ari, Wilde, Betão, Gabriel, Franklin, Rogério, Ciço, Falcão, Marquinho, Carlinhos.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

O que esperar.

"Engana-se quem pensa que a seleção brasileira vai ao Maracanã desfilar para os 26 mil torcedores, que ate domingo(12 de outubro), confirmaram presencça. O jogo contra a Colômbia, nessa quarta, às 21h50 - horário de Brasília -, tem tudo pra ser muito mais complicado do que o jogo contra a Venezuela.
Um dos fatos que leva a acreditar nessa provável dificuldade é que, apesar da visível evolução Venezuleana, eles continuam muito distantes dos demais destaques do futebol sulamericano. Além disso, a seleção colombiana vem mais realista, sabendo que não ganharão do Brasil em casa facilmente, e por isso não parecem dispostos a afrouxar a marcação. Uma seleção que se encontra na sétima colocação nessas eliminatórias, a apenas 3 pontos de garantir a classificação para mais uma copa, de ingênua não tem nada.
Outro fato importante é a perda de pontos importantes em casa diante da seleção até então líder das eliminatórias, com destaque para uma falha do goleiro Agustín Julio, que apesar disso está confirmado (até então) para o gol, pelo técnico Eduardo Lara. A escalação e o posicionamento da equipe nos faz crer que eles vêm com vontade de arrancar ao menos um empate fora de casa.
A Colômbia conta com uma dupla firme de zagueiros, Yepes e Perea, ambos jogam nos grandes centros europeus. Já no meio-de-campo faz o rápido, e conhecido por aqui, David Ferreira, que pode puxar perigosos contra-ataques; e também o volante Fabian Vargas, que jogou um tempo no Internacional e agora encontra-se no Boca Jrs. Porém uma falta é a do atacante do River Plate Falcao Garcia,cujo nome não consta na escalação até agora divulgada. Considerando que o empate é um bom resultado para os planos colombianos, eles devem jogar muito bem fechados e tentar surpreender nossa seleção com rápidos contra-ataques.
Já a seleção comandada por Dunga, que vem da bela - porém não muito convincente - vitória sobre a frágil Venezuela, deve entrar em campo com a mesma equipe, com a excessão de Adriano, suspenso pelo segundo amarelo. Ele, muito provalvemente, deve ser substituído por Jô, que vem mostrando um bom trabalho tanto na seleção como em seu clube - o Manchester City. O que pode ser muito coveniente ao ataque brasileiro, já que Robinho e Jô são companheiros de equipe. E com a volta em alto nível - como era de se esperar (sic) - de Kaká, o Brasil tem condições para vencer com relativa tranquilidade. Muito pelo fato dessa volta, é verdade.
Agora é esperar o jogo e ver como se sairá a nossa seleção diante de um adversário mais qualificado e com mais tradição."
Uma contribuição de RAFAEL FALCÃO.

domingo, 12 de outubro de 2008

Quem vê placar não vê jogo.

Diante de praticamente uma única torcida, Brasil e Venezuela protagonizaram um jogo sem maiores emoções e surpresas. Até para o fraco árbitro da partida, sem pulso e poupando cartões amarelos mais do que o necessário, o jogo foi em sua maior parte fácil. A pergunta feita repetidamente para os jogadores no final da partida reflete um pouco do que se passou: "O jogo foi mais fácil do que se esperava?".
Foi. Sem dúvida foi mais fácil do que a seleção brasileira esperava. Isso ficou bastante claro inclusive nas reações de Dunga aos gols do primeiro tempo. Para aqueles que estão esperando que eu diga que os brasileiros jogaram mal, não será dessa vez. O fato é que eles jogaram bem. Mas isso é também mérito da seleção venezuelana, que deixou os brasileiros jogarem. A marcação fraca e por zona deu espaço para Kaká - que voltou em alto nível, como era de se esperar - mostrar sua qualidade individual e distribuir boas bolas para os companheiros de time. Assim se espera do excelente jogador que é.

Deu espaço também para Elano, que assim como Diego, tapa buracos da seleção sempre e não tem seu valor reconhecido posteriormente - entenda-se quando as estrelas voltam. Adriano - que fica fora do próximo jogo por mais um cartão amarelo - aproveita sua boa fase pós-recuperação no São Paulo para brigar pelo seu espaço, enquanto Luis Fabiano, machucado, se recupera. Juan, como sempre, em boa atuação junto a Lúcio. A dupla de zaga tão confusa e questionada do passado, firma cada dia mais seu espaço.

Destaque maior fica mesmo para Júlio César. Considerando que o único destaque da Venezuela foram os três homens de frente - Vargas, Maldonado e Arango - e que as melhores chances deles foram construídas em cima de erros de saída ou de passe dos brasileiros, Júlio César precisou mostrar serviço. E assim fez. Um goleiro de grande qualidade técnica e bastante regular.
Tiveram uma participação curta mas de merecido valor os estreantes Thiago Silva, Alex e Mancini. Alex, com mais tempo em campo, se saiu bem como era de se esperar. Mas os três não tiveram tempo de mostrar toda a sua qualidade. Mancini que joga ofensivamente e principalmente pela esquerda, pode ser uma excelente opção para substituir Elano quando necessário. Fik dik.
Tenho ainda uma pergunta já com caráter de apelo: O que faz Gilberto Silva ainda na seleção? De todos as carências desse elenco, considero Gilberto Silva a mais grave. Não marca bem, não apóia o ataque e hora sim, outra também se atrapalha com e sem a bola nos pés. Hernanes deveria ocupar esse lugar e mostrar como se faz um volante técnico e eficiente.
Regularidade é o que falta à seleção brasileira num conjunto. O próximo jogo contra a Colômbia no Maracanã será fundamental para que esse grupo ganhe força ou seja então todo desacreditado. O time de Dunga não tem conseguido sequência de bons resultados, o que é, obviamente, motivo de preocupação. Depois de quarta-feira, a seleção retorna pelas eliminatórias apenas em março de 2009. Que venha então a Colômbia. E dessa vez, não se espera que seja assim tão fácil.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Antes tarde que italiano.

Dunga agora, a minutos andados do segundo tempo, começa a dar valor a Amauri. Ele mesmo, que atuava pelo Palermo e foi comprado pela Juve para essa temporada. Mal pude acreditar quando soube que o nosso técnico pôs finalmente os olhos nele. Justo no momento em que o antigo desejo - ou ameaça - de Amauri em se naturalizar italiano para atuar pela seleção está prestes a se concretizar.

A concorrência por uma vaga na posição de atacante da seleção brasileira é grande, cruel, e ainda injusta com tantos e "desconhecidos" talentos. Os concorrentes diretos de Amauri, Pato e Luis Fabiano são os meus destaques. Adriano tem suas qualidades e pode entrar em campo, a meu ver, fazendo dupla com um atacante rápido. Jô é bom, e merece reconhecimento pelo que fez em Pequim. Há ainda uma sombra de Sóbis na pequena área, mas acho que pára por aí.

Amauri tem sim qualidade para estar no elenco comandado por Dunga. Talvez não começando como titular, mas conquistando seu espaço. Seria de encher os olhos vê-lo ao lado de Pato, e apostaria algumas fichas na parceria com o grandão Adriano, que se recuperou da fase ruim pré-tricolor. Mas segundo o próprio Dunga, o nosso quase italiano precisa antes provar regularidade. O técnico brasileiro aposta no seu bom desempenho junto a Del Piero na Juve para conquistar espaço na seleção.

Só espero que não seja tarde demais. Espero que o fato de ter passado despercebido por tanto tempo aos olhos da maioria dos brasileiros, não lhe tire a vontade de defendê-los em campo.

Fica aí a minha surpresa.

Por uma boa causa.

Amistoso entre Fiorentina e Milan reúne craques do presente e do passado para arrecadar fundos para Stefano Borgonovo, que jogou em ambos os clubes.



Borgonovo, sofre de esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença degenerativa que ataca o sistema nervoso central. Na foto, o ex-atacante (42 anos) tem a cadeira empurrada por Roberto Baggio, de quem foi companheiro nos tempos de Fiorentina.


O holandês Ruud Gullit (direita), que foi companheiro de Borgonovo no Milan de 89 até 90, chegou a chorar ao reencontrar o colega de time. 'Não o via há tanto tempo... Era um rapaz que nos fazia rir o tempo todo e agora está nesta situação', lamentou.
original: globoesporte


Atitudes como essa valem o destaque. Aqueles que conhecem as dificuldades pelas quais passam os atletas, se sentem ainda mais tocados por uma situação assim. Diante da nobreza da atitude e do espetáculo à parte que é reunir grandes craques de hoje e de antes - ou sempre, como preferir - o placar do jogo fica ofuscado. Mas só para constar: Fiore 4 x 1 Milan. 30 mil pessoas.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Só resta torcer.


Ao ler no Estadão online a matéria de Tatiana Ramil, contendo comentários de Sócrates, Zagallo, Bebeto e Soninha sobre o fato de o Brasil sediar a Copa de 2014, há destacar alguns pontos.
Pela possibilidade - já confirmada - da realização da Copa de 2014 no Brasil, pela sua grande significância para o futebol nacional; os torcedores, especialistas, jogadores e todos a que esse acontecimento toca de alguma forma se sentem orgulhosos e animados.
Por outro lado, o temor - como bem diz Sócrates ao alfinetar Ricardo Teixeira- de que se faça desse acontecimento, mais uma fonte de corrupção e superfaturamento, não pode ser afastado.
É provável que, como é de costume, essas preocupações sejam encobertas pelo alvoroço que causa "a paixão nacional". Não seria surpresa, mas não deixaria de ser uma decepção.
Os estádios ainda não adequados aos padrões FIFA, a falta de estrutura ao redor daqueles para receber grandes públicos, e até mesmo a segurança falha e precário sistema de sinalização para não-moradores das cidades brasileiras que sediarão jogos são fatores que trazem preocupação.
Num prazo de 7 anos, espera-se que essas deficiências sejam sanadas e as carências supridas. Mas a dúvida sobre isso ser feito de maneira leal e transparente é constante.
Além disso, há a esperança de que a seleção canarinho consiga gravar mais uma estrela no peito. Mas diante da insegurança inspirada pelo atual técnico e pela inconstância de boa parte de seu elenco, assim como acontece em relação ao lado político e econômico desse acontecimento: só resta torcer.